Imagina: do nada, você começa a enxergar dobrado. |
No começo, ainda sem conhecer a Esclerose Múltipla, procurei um oculista, porém este me passou para um Clínico Geral, que logo me pediu para procurar um neurologista. E, bem na semana do meu aniversário, recebo a notícia que caiu como uma bomba na minha vida: a neurologista me apresentou a Esclerose Múltipla, me explicou o que era a doença e me deixou traumatizada com a frieza com que deu este notícia. Minha mãe disse que a neurologista foi realista, mas para mim, ela não soube dar a notícia. Entendam, amigos e amigas, eu tinha 23 anos, estava cheia de projetos, querendo fazer uma Faculdade de Administração, então me aparece uma profissional que não soube falar comigo, dizendo que eu tenho uma doença degenerativa e irreversível. Sinceramente, e com todo respeito a minha mãe, ainda acho que a neuro foi muito malvada.
Não é exagero: a notícia da Esclerose Múltipla foi devastadora pra mim. |
Enfim, descobri o que eu tinha, e naquela época, fiz o que ninguém deveria fazer: fui imatura. Não adianta mentir, pois por causa da minha imaturidade, entrei em um mundo de negações, onde incluía negar a ajuda dos meus familiares, negar ajuda de profissionais, negar o fato que eu poderia enfrentar esta doença!
O mundo da negação: solitário, frio e triste! |
O mais triste foi esperar em silêncio o apoio de quem deveria te proteger: meu ex-namorado, naquela época, não demonstrou nenhuma solidariedade, nenhum sinal de amizade. Os sintomas eram fracos no começo, porém, estes sintomas já não poderiam ser considerados normais. Naquela época precisava do carinho dele, porém, o meu ex-namorado, e não posso dizer o porquê, terminou comigo foi morar em Minas Gerais, sem procurar saber o que acontecia comigo. Não estou querendo criar um vilão, porém, a verdade precisa ser dita: não tive ajuda, apoio, solidariedade, do meu ex-namorado!
Não são os meus olhos, porém, ilustra o que senti! |
Então, veio o "Dormi de um jeito. Acordei de outro" que dá o nome para o título deste post: dormi normalmente, porém, quando acordei não senti o chão e precisei da ajuda da minha mãe. Foi aí que caiu a ficha de que eu precisava procurar tratamento. E isto aconteceu quando tinha 26 anos. Veja bem: descobri a doença com 23 anos e demorei três anos para admitir que precisava procurar tratamento. (Pode me chamar de imatura que eu mereço).
E eu foi imatura em um momento complicado! |
Entendam, meus queridos, apesar de admitir que fui imatura e demorei a iniciar o tratamento, a descoberta da Esclerose Múltipla é sempre um grande susto: no início, todos temos um sintoma diferente, uma reação diferente uma história diferente. Porém, o final é sempre o mesmo. No meu caso, a doença limitou muito minha vida e os meus sonhos, porém, se eu tivesse feito o tratamento no início, quem sabe as limitações seriam menores.
Minha família na praia e eu não pude estar lá devido as limitações da doença! |